Caminhar na natureza é impulso primitivo, é  erupção de felicidade, é pura liberdade. Liberdade essa que se  traduz na liberdade “de não sermos ninguém, porque o corpo que caminha não tem história, é apenas um fluxo de vida imemorial. Assim, somos um animal de duas patas que avança, uma simples força pura entre grandes árvores, apenas um grito. E muitas vezes gritamos justamente para expressar a presença animal recuperada”. Fréderic Gros, “Caminhar: Uma Filosofia”

É com  base neste  propósito que We Want Green cria as condições para que possam palmilhar três etapas da extensa Grande Rota Peneda Gerês (GR50), que decorre integralmente em território de montanha, em pleno Parque Nacional. E mesmo que seja apenas um resumo daquela que é uma das maiores rotas pedestres nacionais, é o suficiente para exercitarmos o espírito nómada ancestral, entregues ao revigorante silêncio da paisagem e aos mais variados estímulos sensoriais. Dimensões às quais acresce o património histórico medieval e mais recente e os traços da cultura rural de antiga que vamos encontrando ao longo do caminho.

Na mesma área, mas fora da Grande Rota, propomos outro percurso de montanha verdadeiramente fabuloso: o Trilho da Peneda. É circular e exigente, mas de extraordinária beleza.

Depois, já longe da alta montanha, nas encostas do rio Vez, sugerimos dois trilhos que nos transportam para o ambiente rural de outrora, da agricultura de subsistência em territórios acidentados e exigentes. Em passo lento e olhar atento seguimos à descoberta dos socalcos de Sistelo (que são Paisagem Cultural e Monumento Nacional), por caminhos antigos e carreiros em desuso. E à medida que avançamos vamos percebendo que é um primor contemplar esse panorama paisagístico tão característico a partir de diferentes ângulos e perspectivas.
Não são trilhos para coleccionar, são trilhos onde se vai querer regressar.