Nesta manhã de uma limpidez inaugural, aqui no alto, entre as ruínas do castelo, de olhos tremeluzentes pelo assombro, pressentimos no murmúrio do vento o lento respirar da história.
E sentimo-la palpitar ao passar as mãos pelas pedras que compõe o que resta da fortaleza construída neste sítio impossível, nos primórdios da fundação da nacionalidade e tempos posteriores.
Na verdade, nesta terra montanhosa e fronteiriça toda a paisagem transpira história: seja nos abundantes monumentos megalíticos, nos vestígios romanos e românicos ou nas formas deslumbrantes do granito esculpidas pela eternidade.
Pelo meio há as memórias de uma cultura muito peculiar. Há relatos de contrabando, de vidas moldadas pelas andanças entre brandas e inverneiras, de engenho e resistência à agressividade do clima ou da fábrica de chocolate, há muito extinta, mas que reflete a perspicácia e o empreendedorismo de que lhe deu existência.
Há o corpulento e dócil cão – pastor. Há tanto para ver e ouvir enquanto se caminha em passo lento e olhar atento. Ou se saboreia um delicioso repasto a remeter para a tradição serrana. Castro Laboreiro, para encher o coração por inteiro.