Na rubrica Slow Tourism Portugal não queremos apenas dar visibilidade às experiências que promovemos e realizamos na nossa área de acção, as Terras Altas do Minho. Queremos igualmente escrever sobre projectos que desenvolvam actividades noutros pontos do país, com os quais partilhamos semelhanças de conduta, filosofia e propósito.
Situado no distrito de Évora, na aldeia de Guadalupe, o Centro Interpretativo dos Almendres é um espaço particularmente enriquecedor. O propósito da sua existência é dar apoio e enquadramento às visitas ao Cromeleque dos Almendres, prestando serviços educativos e interpretativos sobre arqueologia e natureza (não por acaso, pois o Centro está implantado numa zona rodeada de Montado e integrado numa Área de Reserva Ecológica Nacional).
As visitas ao Cromeleque (e ao Menir dos Almendres e à Anta Grande do Zambujeiro) representam uma possibilidade de viajar até tempos ancestrais, até ao neolítico. Período extenso marcado por profundas alterações na forma de viver, motivadas, sobretudo, pelo clima (fim da era glaciar, aumento da temperatura global). Nesse fracção temporal a Humanidade foi sistematizando a domesticação das plantas e de certos animais e consequentemente foi adoptando um modo de vida mais sedentário, em oposição ao nomadismo anterior, que era a norma.
Estas visitas permitem deambular pelas formas de organização das comunidades, pelas crenças, ideias, criações artísticas e por tudo o mais que permita perceber como viviam os nossos antepassados. E em complemento o Centro Interpretativo dispõe de um parque pedagógico que inclui a reprodução de abrigos do Paleolítico e uma cabana do Neolítico, em tamanho real, e a consequente panóplia de equipamentos e instrumentos usados no quotidiano de então.
Estão reunidos os ingredientes para uma fascinante experiência de descoberta em passo lento e espírito ávido e atento.
